Diversão conscientemente inconsequente: as drogas no Carnaval
- Mariana Guell
- 28 de fev. de 2017
- 2 min de leitura
O Carnaval começou. De certa forma, a alegria gratuita também. Para muitos, ele sempre foi uma espécie de tumulto pacífico entre músicas e banheiros químicos. Infelizmente, como tudo que é bom, ele possui um lado sombrio, mesmo sendo banhado pelo sol do Rio. Assédios sem freio, brigas sem nexo, drogas sem censura viram espécies de apelidos.
Ao se falar desse mês tão festivo, não se pode ignorar os atos que acabam em lágrimas pelo resto do ano. Para se aproveitar deve-se ser responsável, porque é você que será responsabilizado. Sejamos sinceros, senhoras e senhores, nessa época de festa a segurança se esforça para conter a falta do nexo (as brigas), os assaltos incertos e, quiçá, os assédios. Quando o assunto é sobre bebidas ou outros tipos de droga, a idade e a legalidade ficam para outra hora. Cabe a cada um ter a noção do que é correto e do que o irá prejudica-lo ou prejudicar os demais. Você tem idade suficiente e gosta de bebida? Beba, mas tenha responsabilidade. Não dirija. Ao dirigir, você ultrapassa o seu direito de escolher beber e passa a invadir a segurança dos outros, a escolha de vida dos demais.
A relação do jovem com essas substâncias é vista de forma polêmica no âmbito social. Sabe-se que o jovem tem que ser conscientizado. Discute-se e demonstra-se os perigos, mas, no fundo, sabe-se que a decisão é dele. Se ele escolher utilizar, ele vai. Pode-se observar isso em pesquisas recentes: a Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (PeNSE), feita pelo IBGE, sobre o ano de 2015, foi realizado com estudantes de escolas públicas e privadas de todo o país, a maioria entre 13 e 15 anos. Os resultados mostram que a quantidade de jovens que já beberam alcoól subiu de 50,3%, em 2012, para 55,5% em 2015; já os que usaram drogas ilícitas aumentou de 7,3% para 9% no mesmo período.
Os mesmos dados se aplicam quando se trata de relações sexuais. Nessa mesma pesquisa, o número dos adolescentes que praticaram sexo sem preservativos subiu, de 24,7% para 33,8%. Perceba que “preservativos” não é sinônimo de “métodos contraceptivos”. A gravidez é um fato que de mês em mês é relembrado. Ela é evitável. Ela é real. O vício e as doenças também, mas são vistos como ilusões distantes. Talvez seja isso que esses mesmos jovens precisam relembrar: eles não são probabilidades, são fatos.
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