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"La La Land": uma declaração de Hollywood pelas artes

  • Pérola Mattos
  • 27 de fev. de 2017
  • 3 min de leitura

Nenhum outro filme foi tão comentado recentemente e dividiu tantas opiniões quanto “La La Land: Cantando Estações”. O primeiro filme a ganhar sete prêmios do renomado Globo de Ouro foi também indicado a catorze categorias do maior prêmio de cinema atual, os Academy Awards – o famoso Oscar.

O musical de Damien Chazelle, novo prodígio de Hollywood com apenas 32 anos - que já dirigiu filmes altamente distribuídos como “Whiplash” - é uma homenagem aos famosos e intocáveis clássicos musicais, como “Cantando na Chuva” e “Os Guarda-Chuvas do Amor”.

Com cuidado e uma límpida fotografia, o filme ganha o coração de críticos e do público desde suas primeiras cenas - com uma química incontestável entre o casal protagonista.

Através de sua trilha sonora exemplarmente pontual, somos apresentados e conduzidos a história de Mia (Emma Stone) - uma aspirante a atriz que trabalha nos bastidores de seu próprio sonho como garçonete em um famoso estúdio de cinema na cidade da fama – e Sebastian (Ryan Gosling), um jazzista erudito e tradicional, preso em um mundo que não possui mais tanto apreço pela arte.

Com uma história sobre sonhos, “La La Land” cria laços. Encontramo-nos torcendo e nos frustrando junto ao casal de protagonistas: Mia e seu estrelato e Sebastian com seu objetivo de restaurar o gosto do mundo pelo Jazz - bem como a essa obra restaura a importância dos musicais para a modernidade.

O filme atende desde as clássicas almas fãs de jazz e dos velhos musicais até a nova geração que busca um romance e um roteiro real que vá além da recente leva de filmes recheada de efeitos especiais. Através de músicas marcantes, com um destaque especial para a nova querida entre expectadores, “City of Stars”, e planos sequência memoráveis e estonteantes, “La La Land” surpreende desde a primeira cena - com suas coreografias polidas e recheadas de movimentos clássicos dos renomados musicais, causando uma imersão total em um universo em que é possível trocarmos de lugar com as estrelas.

Em comparação com os recentes musicais, “La La Land” continua com o mesmo prestigio e excelência. “Os Miseráveis” (2012), apesar de ser premiado pela Academia, recebeu diversas críticas por sua monotonia e excesso de canções. Onde o musical de Tom Hooper pecou, nosso novo queridinho acertou em cheio, balanceando os momentos de drama e comédia, fazendo um musical voltado para a atualidade, com grandes diálogos ao invés de somente canções, porém com um pilar fortíssimo nos clássicos.

Uma homenagem às divindades de Hollywood, onde cores, música e dança fazem um tributo sincronizado em tela. Impecável e natural, musical porém falado, “La La Land” fez até mesmo a Academia se curvar à carismática obra, fazendo-nos rir e chorar independentemente da estação, cantando não apenas sobre elas, mas também as usando como uma metáfora para as fases da vida.

Assim como o desfecho desta obra cinematográfica - onde outro final poderia desmitificar tudo que fora anteriormente plantado em cada coração ao decorrer do longa, de maneira gratificante, real e pessoal - pretendo finalizar esta crítica mostrando a você, caro leitor, as vísceras do sentimento e impacto com que você irá se deparar.

Assistir “La La Land” foi como assistir a mudança das estações, ou a transição das fases da vida: deposita em nós a sensação que nossas próprias emoções estão dançando com os acordes do piano, fortemente presente no filme, restando, entre as pequenas entrelinhas do roteiro, um sentimento de nostalgia e um promessa de fidelidade a cada espectador.

Caso você, amante de musicais, ainda não tenha garantido seu ingresso para assistir o filme, recomendo que saia agora e realize uma mudança fantástica em sua vida. Mas caso ainda tenha dúvidas, ou não aprecie musicais, aí vai um conselho: apesar do estranhamento inicial, permita-se entrar no filme. Em meados da trama, já estará totalmente imerso no árduo e maravilhoso universo da cidade do cinema e, ao se deparar com o fim você sentirá saudade de uma surpresa de verão, de um cenário da primavera, de um solo de piano do inverno, de um figurino no outono e, obviamente, a música que nos acompanha em todas as estações.

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